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Mostrando postagens de janeiro, 2015

É da cor dos teus olhos

Era tarde. Quase noite ou quase madrugada. Era horário de verão, então não dava para saber. Além disso, não estava mais em casa. Talvez estivesse em outro fuso. Em outra esfera cósmica. Noutra dimensão, em outros tempos, em outras possibilidades. Sentia ao mesmo tempo tudo (aquele turbilhão de coisas que borbulhavam do interior do meu peito, gatilhos de sentimentos, e da mente inquieta, que ia e voltava como se estivesse incendiada) e nada (completa solidão e mansidão; paz plena e sentimento de completude; como se tudo estivesse bem). Queria ter alguém por perto, mas também imaginava o quanto aquilo poderia atrapalhar a minha paz e silêncio. Parece paradoxal? Me perguntava qual era o balanço daquilo tudo. O que estava querendo comigo, com os outros e com a situação. Não, eu não estava em crise bipolar. Nem era chilique. Era só um momento de tensão no paraíso. Quem nunca parou pra pensar na vida enquanto estava de férias? Faz parte do "não fazer nada". Mas dá um frio na