Pular para o conteúdo principal

Inventem seu próprio dia para estragar

Há muito tempo, numa galáxia não tão distante, os nerdossauros viviam em paz com suas ligações grátis, seus Space Invaders, óculos estereotipados, revolucionando as camadas mais conservadoras das famílias e sendo enxotados por seres sedentos por coisas padrão, as terríveis criancinhas trogloditas e maldosas que cresceram e se tornaram repressores valentões.

De um tempo para cá, mudanças ocorreram no DNA do corpo social, sendo trocadas algumas bases nitrogenadas a, c e t nos bolsos dos nerds por bases $. Hoje, o nerd é o cara lindo de amanhã, como diria a música.

O mais interessante nessa cadeia evolucionária, é que se mantém a velha ideia de que o nerd não pode ser bonito, já que este foi feito para manter-se em cavernas (casas). The Big Bang Theory mostra isso. Por mais que seja incrivelmente legal falar Bazzinga!, a série só aprofunda o velho tipo ideal: óculos fundo de garrafa, cabelos esquisitos ou lambidos, que guardam gibis e fazem piadas que nem todos entendem. E é tratado como ridículo! Ou vai me dizer que não ri das situações que passam os três amigos do Sheldon mais o conhecido?

Tá bom! Os nerds já superaram essa fase. Temos até um dia nosso: o dia do orgulho nerd! Que por sinal, é hoje (e não dia 24 como muitos animonstros pensaram que fosse e começaram a postar idiotices tentando manchar a reputação da classe). Imagino que agora que os nerds famosos ganham mais num tweet do que um deputado por seção (tá, forcei), todos estão tentando correr atrás do prejuízo. Pena que não vai dar certo.

Não basta você falar Bazzinga, não basta saber de onde é o sinal de mão que o Sheldon faz! Você precisa se identificar com aquilo e ter orgulho de defender seu sabre de luz! Por isso eu peço a todos aqueles que tentam cooptar o movimento Nerd: não tentem isso, é muito feio servidor!

Por último, desejo aos nerds de todo o mundo _\\\/// uma vida longa e próspera.

Que nesse Nerd Pride Day a força com vocês esteja!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Esse tempo que não é meu

Hoje, quero escrever simples. Estou vivendo num tempo que não é meu. Há dias que não me sinto dono dos meus dias. Habitante da minha casa. Sujeito dos meus direitos e das minhas obrigações. Vivo agora o ontem do amanhã, que ainda não vejo. Existo, me movimento, mas não sei para onde vou, porque agora dependo do tempo de algo ou de alguém que ainda não tenho como referência. Já escrevi outras vezes sobre o tempo. Em todas elas, a minha relação com essa grandeza da física estava mais afinada. Eu tinha mais segurança para perceber o desenrolar das coisas de maneira contemplativa e analítica. Era possível até desejar. Neste momento, o tempo está levando embora o meu desejo, me acordando antes dos sonhos doces e esticando os prazos da espera por respostas. Foram dezesseis anos de formação técnico-científica: do curso Técnico em Informática, passando pelo Direito, pelo mestrado e pelo doutorado em Arquitetura e Urbanismo. Mesmo com uma pandemia no meio, esse tempo todo foi meu. Eu me sentia ...

A caixa pálida

Era de tardezinha quando Arthur estava sentado pensando na vida. Naquele mesmo dia ele já havia lido pelo menos 3 jornais diferentes, buscado informações em algumas fontes alternativas e traçado um plano para sua próxima viagem, cujo destino ainda teria de ser escolhido. Ele não estava ligando para onde ia, apenas queria muito sair daquele lugar desgovernado e ver aonde iria chegar. Seus planos sempre eram à prova de pontas soltas. Ele diz que está sempre pronto para a guerra. Tem comida, água, roupa extra, quase todos os materiais de escritório do MacGyver, um treinamento intensivo nas antigas artes orientais da medicina e da meditação, preparo físico para vencer os desafios e a preguiça, além, é claro, de uma mão de ferro quando se trata de dinheiro. Para que alguma coisa desse errado, teria que escapar a sua cara de pau e curiosidade, pois também não tinha muito medo de gente, a menos que fosse uma grande ameaça a sua integridade física ou financeira, já que o sangue já par...

A fuga da paixão na curva da indiferença

3:50 da madrugada. Era quase segunda-feira. Quase porque a noite ainda não tinha cedido. O olho cerrado enxergava um cinco no lugar de um três. Era quase um seis, mas não fazia nem três que havia dormido. Pensei: posso dormir até às 8. O novo sonho do bloco das 4 trazia algumas paixões. Como é da natureza delas, me carregaram com conforto até um "êxtase inebriante", que fez com que meus olhos imaginários brilhassem enquanto falava com um convertido sobre o que me fazia escolher o que havia escolhido. Falava naquele sonho sobre processo de escolha e a curva da indiferença. Eram as minhas paixões se cruzando, mesmo que elas nunca tivessem conversado comigo mais do que uma frase cada. Não havia sentido naquele sonho, como não havia sentido naquele contato. Por não haver sentido, nem sonho, nem contato foram suficientes para que o desejo de ficar naquele momento de paixões permanecesse. Quando foi às 4:50, o bonde do desejo seguiu seu caminho e deu espaço para uma trava no olho e...