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Tudo pelo que interessa

Já parou pra pensar quanta futilidade é dita todos os dias? Quantas vezes recebemos spams cerebrais de todos os cantos? Quantas coisas você realmente lembra do dia de hoje? Será que amanhã ou daqui a 3 dias você se lembrará que esse dia existiu?

Algumas coisas passam batidas no nosso dia-a-dia como se fossem indesejados clichês. Por exemplo: a menos que algo tenha te chamado a atenção, seja por motivo de prova, lista de exercícios fodástica, TPM do(a) professor(a) ou qualquer outra coisa fora do comum numa aula de matemática, provavelmente você não se lembrará dela. Nem das que vem em seguida. Principalmente se esta estiver localizada no primeiro horário, no horário anterior ao intervalo, posterior ao intervalo ou no último horário.

É tudo uma questão de conveniência. Se você não vai ganhar alguma coisa com aquilo, quase que automaticamente você abstrai. De onde vem isso? Da mentalidade imediatista do ser humano moderno/contemporâneo. Ganhar mais em menos tempo. Achar o alívio imediato. Eliminar o problema da maneira mais rápida possível, fazendo uma gambiarra. Ultrapassar sem olhar quem deixou para trás.

Estamos rápidos demais para o mundo e lerdos demais para o pensamento.


Acho que isso não atingirá muitos leitores, afinal, muita gente não se interessa por receber uma crítica.

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