Na década de 60, Roy Orbison surgia com uma linda mulher: uma que andava pelas ruas arrasando corações, um ser quase inalcançável. Sublime. Divino. Admirava-se o modo de agir, as conquistas, as mudanças e principalmente os novos valores englobados na mulher. Ora, quem mais daria conta de trabalho, casa e demais agregados tudo ao mesmo tempo e com a classe de um ser nobre?
Não se podia deixar uma bela mulher escapar pelos buracos entre os dedos, logo, não havia porque apertar a situação. Tudo deveria fluir. E foi o que aconteceu. Fluiu tanto que na década seguinte os relacionamentos já haviam se tornado baladas.
Os embalos de sábado a noite, as eternas discos e seus brotos. Tudo se tornou mais efêmero e passageiro e aquela mulher bonita e lady se torna agora cada vez mais independente e aventureira. A pose já muda de leve e torna-se algo um pouco mais desleixado. Impensável nas décadas anteriores.
Nos 80s, a taxa de igualdade sobe. O sexo sobe. As drogas sobem. E o Rock ‘n Roll é pregado em todos os pontos do globo. É a época da desordem, das mudanças radicais. E também do início do processo de “masculinização” das ladys. É a época do amor subliminar. Das mensagens subliminares. Dos ditos não ditos. Do pensar com o sentimento.
Chegando à próxima faixa, o grande espírito do non-sense toma a dianteira. O sentir com o pensamento aparece agora como o princípio fundamental da sociedade. Agora, pensar é a nova moda. As batidas recebem novas formas e fazem aquilo que foram instruídas a fazer: quebrar tudo. Nesse período, as mulheres são livres, mas ainda com um pé atrás. Ainda não chegaram a uma igualdade plena a ponto de ter mesmas chances de contratação e salários.
Iniciando o XXI, a primeira década cumpre seu papel alcançando a tão desejada “igualdade dos sexos” em papel. Consegue também quebrar barreiras de gênero, preferência e de manutenção de relacionamentos, que se tornaram nada mais que um contrato que se renova constantemente e que não possui letras miúdas contra possíveis quebras repentinas. É a era das indecisões. A era que concretiza o “te amo pra sempre e até nunca mais”.
Até que se alcança outro patamar. Agora parecidas com os marmanjos, as mulheres vão a caça. Uma caça que pode ou não ser positiva. Os senhores homens já as recebem com alguns tipos de pensamento mais levianos. É o Gypsy Jones. É o “me diga o caminho e siga o Gypsy Jones”.
É numa hora dessas que penso comigo: como pode esse ser continuar tão sublime mesmo depois de tentar se tornar algo tão radical e metamorfo quanto o homem?
Vai ver é só minha metamorfose ambulante colocando novas formas num ser que não mudou. Enfim, sinto assim. Penso com o sentimento. E até mais Pessoa!
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