Tarde estranha aquela que parece
sábado. Sempre aquela leseira, uma sensação de nada pra fazer e um copo de
alguma coisa do seu lado. No meu caso, um copo cheio de água para afogar o
nervosismo e não dar chances ao pânico. A luz está conforme manda o figurino e
o calor impera como um Dom Pedro II, calmo e cativante.
Não é a toa que nas tardes que
parecem de sábado nós gostamos de passar com aqueles que temos melhores laços.
Eu, por exemplo, adoro pedalar com meu irmão até lugares que vou muito pouco.
Quando isso não é possível, converso com outros amigos e não puxo assunto com
gente que não quero nem ver na minha frente até o dia que não pareça sábado! Mas
como sábado ou quase ele não é título do texto, imagino que se pergunta: “quem
foi essa?”
Foi a brisa, meu bem. Uma brisa
tranquila que me fez palpitar o coração depois de uma sacada rápida. Aquela uma
que você sente quando acha que fez algo certo e que dali em diante os ventos
soprarão a favor! É como se aquela tarde vazia se preenchesse de cores
estonteantes que nem o arco-íris poderia ser tão completo e cativante. As
tempestades sumiram. Os cachorros se acalmaram e vieram tentar entender o que
estava acontecendo.
Aquela brisa me deu uma amostra
de uma coisa que eu não sentia há tanto tempo: um “siga em frente”. Alguma
coisa nela me cheirava a coragem. Ela veio assim de repente e falou que deu
aquele pulo no futuro e voltou correndo para me contar que o coração indicou o
norte melhor do que a bússola! Olhei para o céu e confirmei: ela sabe o que
diz!
Logo, senti que ela queria algo
mais. Era muito fácil pra ela ir ali num instante futuro e voltar para dizer o
que ia acontecer. Ela queria que eu a seguisse. Mas que para isso teria que ir
construindo pedaço a pedaço do caminho para esse futuro. E para começar, teria
que começar jogando uma pedra para ver até onde ia a profundidade. Passada a
fase de reconhecimento inicial, a ponte seria construída mais fácil e
chegaríamos do outro lado num belo piscar de olhos.
Chegando do outro lado, as
maravilhas seriam reveladas e tudo o mais seria construído por lá. E nesse
momento, a brisa sopraria “eu te amo”.
Oin, sensível e poético
ResponderExcluirAdoooooooooooooro quando comentam! Abro um sorriso de orelha a orelha.
ResponderExcluirMUITO, BOM, MESMO. *-*
ResponderExcluirMUITO, BOM, MESMO. *-*
ResponderExcluir''Aquela brisa me deu uma amostra de uma coisa que eu não sentia há tanto tempo: um “siga em frente”. Alguma coisa nela me cheirava a coragem.''
ResponderExcluirjá senti isso ... muito bom!