Pular para o conteúdo principal

Aquecimento mental

Você sente seus dias mais quentes no verão? E o inverno? Tem sido ele mais rigoroso? A Globo vem te dizendo que tem que passar protetor solar a cada 30 minutos para salvar sua vida? Quem são mesmo os patrocinadores dela nas transmissões dos jogos de praia? Entendeu né?

Sundown, Nivea e outras empresas têm ganhado bastante com a cultura do aquecimento global. Da mesma forma que a indústria de armas ganhava dinheiro na era da Guerra Fria, com o grande medo de ameaça do grande leviatã, fosse ele “comunista” ou “capitalista”. A todo o momento recebemos panfletos, propagandas e diversas outras formas de publicidade sobre produtos “ecologicamente corretos”, para substituir os velhos aparelhos emissores de gases de efeito estufa. Interessante isso, se não fosse preocupante. 

Esses novos aparelhos têm agora mais valor agregado, já que ele será agora “superior” ao anterior, defasando os bons e velhos aparelhos que até hoje devem funcionar em ótima forma, por objetos que logo mais tornar-se-ão obsoletos simplesmente por terem partes programadas para que isso ocorra cada vez mais rápido. Aí sim mora o perigo: no consumo excessivo e a retirada devastadora dos recursos naturais.

A dita crise climática, como disse o Prof. Dr. Luís Carlos Molion, diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em entrevista ao programa Canal Livre, na TV Bandeirantes, não passa de uma jogada político-econômica bolada pelos Estados desenvolvidos que estão em declínio de crescimento para frear os países em desenvolvimento. O planeta já passou por todas essas evidências de degelo, aumento de temperaturas e desastres naturais antes, inclusive em escalas maiores, e não é a emissão de gases que fez com que ocorressem.

 Em sua entrevista, Molion afirma que a história de aquecimento global no contexto atual é falácia, e que os dados científicos não comprovam essa teoria. Inclusive, alguns argumentos que são usados por aqueles que defendem o aquecimento global são muitas vezes estratégicos, sendo retirados de estudos em áreas propícias aos resultados desejados por aqueles que querem vender essa ideia. Como por exemplo, do aumento de temperatura global, que na verdade vem sendo dado pela elevação das temperaturas em grandes centros - inclusive de locais que a priori seriam mais frios, mas devido ao evento das ilhas de calor, provocado pelo crescimento das cidades tanto horizontalmente quanto verticalmente, sofrem um aumento anual de temperatura considerável – fazem com que a ideia de aquecimento local seja mais viável.

É possível então dizer que, quando se ouve a ministra do Meio Ambiente Isabela Teixeira falar que as nações ricas não investem no desenvolvimento sustentável assim como as nações pobres ou em desenvolvimento, é algo lógico. Ora, as nações desenvolvidas não querem mais perder o que eles não têm mais, com joguinhos que eles mesmos criaram. É público e notório que o desenvolvimento sustentável que se queria discutir na Rio+20, por exemplo, não é o mesmo que os estudos sérios das diversas áreas da ciência denotam. 

Sustentável mesmo é o seguinte: pegue seu controle, desligue o William Bonner e vá ler um livro. Seu churrasco no final de semana não vai derreter geleiras com a fumacinha dele. O carro que você usou por um ano e agora resolveu trocar vai, por que ele sim vai financiar essas imagens de gelo que cai no mar e forma tsunamis. Seu telhado não vai deixar o mundo mais frio se for pintado de branco. Seu ar-condicionado de janela que você está jogando fora para pegar um fininho vai, por que você estará jogando algo que funciona fora ao invés de ajudar quem não tem. E lembre-se: “a gente se liga em você”, e só desliga se você quiser.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Não se embala a vida pra viagem

Tem muita gente que não gosta da forma como falo por metáforas. Às vezes nem eu mesmo sei aonde quero chegar com elas. Prometo que neste texto será diferente. Primeiro porque será uma coisa mais palpável. Segundo porque, como diz o título, não embalarei numa viagem. O mais importante aqui é saber que, pela primeira vez em um texto meu, estou me direcionando a você, criatura que parou para ler esse parágrafo que mais parece uma nota, e que, se lê meus textos com frequência, também não merece ser embalado para viagem. Estava então num momento de comer um delicioso prato que eu amo. Amo tanto que pedi mais do que poderia comer numa refeição. Acontece que quando se trata de fome, assim que você começa a comer ela vai diminuindo, diminuindo, até que você começa a se sentir cheio (a), e, posteriormente, triste (daí os nomes das minhas receitas fantasticamente grandes: o famoso X-Tristeza e a Lasanha da deprê). O que ajuda na hora de se comer é que sempre há a possibilidade de embalar

O dilema da filiação: uma crônica sobre as duas últimas eleições presidenciais no Brasil

 *Texto publicado originalmente no blog "O Dever da Esperança", em fevereiro de 2023. No final dos anos 1910, quase no encerramento da Primeira Guerra Mundial, Max Weber brindou a humanidade com uma conferência chamada “Política como vocação”. Algumas ideias centrais dessa obra, como o título pode sugerir, ajudam a delinear a compreensão sobre a atividade política e apresentam dois modelos éticos distintos: a ética da convicção e a ética da responsabilidade. De forma bem sintética, o modelo da ética da convicção costuma ser o mais comum: as pessoas entendem que há “certos” e “errados” bem delimitados, geralmente movidos por dogmas, máximas ou crenças específicas. Por exemplo: não matar, não roubar, não acobertar um criminoso, não mentir, dentre outros imperativos, sobretudo do que não fazer. Há também aqueles positivos, mas que não necessariamente têm a mesma força para levar à ação: dar esmola e ajudar os mais necessitados, duas das lições mais apregoadas nas expressões reli

O dia que eu vendi o mundo

Há mais de um mês tenho a impressão de que não existe mais o que fazer em momentos matutinos. É como aquele buraco no ser humano que muitas vezes é preenchido pela religiosidade, só que na minha agenda. Um vazio que tem sido preenchido por discussões pontuais, mobilizações rápidas e votações vazias. Além desses eventos, existem ainda grandes espaços em vácuo. Isso porque estou envolvido até o pescoço. Antes do começo dessa mudança repentina, eu disse não. Eu e algumas minorias. Mas como minorias não mandam nem são mandadas, tivemos que acatar o que uma massa decidiu libertinamente. E foi interessante! De uma hora para a outra as minorias e eu nos tornamos aquilo que a maioria deveria tornar-se, mas que por infortúnio do destino ou simples lei de Newton não aconteceu. Eis que assim como ato de Houdini, aqueles que me impuseram o vácuo desapareceram nele, e de tempos em tempos assombram os que restaram no mapa astral do que hoje posso chamar de Campus. Esses espectros querem s