Uma rotina tem sido colocada em prática quase todo santo dia: antes de dormir, deixo o celular de lado e me desconecto de todos e de tudo que está acontecendo do lado de fora por pelo menos 1 hora. Me concentro em coisas boas, como no banho que vou tomar para dormir fresquinho e relaxado, no que a vida me presenteou naquele dia, minhas preces, minha gratidão, até na posição e na hora que vou dormir (saiba que isso faz uma diferença enorme para garantir um sono de qualidade e sem desconfortos internos). No dia seguinte, acordo e deixo ele me surpreender.
Algumas vezes tenho a impressão de que estou fazendo tudo errado. Aquilo que eu tinha programado para fazer o dia todo simplesmente não aconteceu. Noutras, só não acontece da forma como eu esperava. Mas por que esperar alguma coisa? Será que está nas minhas mãos essa capacidade de esperar que "evento líquido e certo" aconteça? Quem sabe no ano que vem...
Falando em ano que vem, o tempo tem voado. 2014 foi para mim como uma grande explosão de caos e ordem, numa velocidade imensurável. Uma vida que se transformou completamente, mas que ao mesmo tempo permaneceu como era. Como se fosse um espetáculo de luzes que desenham seus movimentos nas nuvens, indo e vindo, acendendo e apagando, momentos de yin e yang. Transição. Até chegar à harmonia. Se estamos em Dezembro, posso dizer que parece que Fevereiro foi há três semanas atrás. E que quem escreve este texto hoje jamais imaginaria, naquela época, que tantas boas histórias, experiências e descobertas estariam batendo à porta tão rápido. E que as ondinhas que ele tinha pulado no Réveillon, com todos os seus desejos desenhados e moldados numa forminha, não chegariam nem perto do que a vida tinha preparado para ele.
Estamos chegando mais uma vez naquele momento em que as pessoas esperam tanto que chegue logo. Elas esperam que tudo dê certo no ano que vem (eu também). Esperam para ver a família reunida, alegre e celebrando. Esperam para ir ver os fogos de artifício na beira do mar. Esperam que as coisas sejam diferentes. Esperam que passem num concurso, que recebam um aumento, que passem de ano. Esperam que tenham saúde, mais tempo para os filhos, para os amigos e para fazer o que gostam. E no final do ano, assim como nele todo, a gente espera.
Quando comecei a fazer minha rotina que falei lá em cima, não o fiz porque queria esperar algo de bom no outro dia. Coloquei em prática a minha rotina porque já tinha passado da hora de ficar esperando mudança. Eu precisava sair de um ciclo e ela veio quando abri mão da minha esperança para abraçar a tal mudança que estava ali nos meus pensamentos, sentimentos e nas minhas mãos.
E para quem se agarra na esperança, Caio Fernando Abreu:
"Não tenha medo da mudança. Coisas boas se vão para que melhores possam vir."
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